Dominique Roques, "The Essence Seeker".
"The Essence Seeker", Dominique Roques
Conversamos com Dominique Roques, um pesquisador de recursos naturais para casas de fragrâncias há 30 anos, sobre seu livro "El buscador de esencias. A journey to the origin of the world's perfumes" (Editorial Siruela) e a visão que ele reflete sobre a obtenção de matérias-primas naturais para a perfumaria.
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Como começa sua história com as essências? Minha história começou há 35 anos, quando montei uma fábrica de derivados de prímula em Andévalo, na província de Huelva. Essa foi a primeira etapa de uma incrível jornada para encontrar muitos outros produtos com origens em diferentes países.
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Em sua opinião, qual foi sua maior conquista como buscador de recursos naturais para casas de fragrâncias? Descobrir, respeitar e valorizar o lado humano desse negócio. O encontro com as comunidades é fundamental e mágico. Foram elas que permitiram que produtos míticos, como o incenso da Somália, fossem mantidos por mais de 5.000 anos.
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O que você aprendeu ao longo dos anos sobre todo o ecossistema de empresas que fazem parte da cadeia de valor da perfumaria? A importância fundamental dos produtores. Sem essas empresas, os extratos naturais não poderiam existir. Durante muito tempo, essas empresas não tiveram o reconhecimento que mereciam. Desde 15 anos atrás, as coisas mudaram rapidamente e elas estão se tornando cada vez mais importantes, e há até mesmo um grande interesse dos perfumistas em visitar os campos e aprender sobre os processos de destilação em muitos países.
Qual é o valor das essências naturais para a perfumaria fina? Elas são essenciais para a fabricação de perfumes de alta qualidade. É uma contribuição fundamental. Além disso, os ingredientes naturais se tornaram uma espécie de "fonte dos sonhos" para os consumidores de perfumes. Eles têm uma enorme importância para o marketing da marca.
Como podemos traduzir a relevância dos ingredientes naturais para os consumidores? Na minha opinião, falando sobre o que é real, ou seja, tentando visitar as fontes dos produtos para embarcar os consumidores em uma jornada real, que faça sentido e lhes dê uma visão realista. Além disso, insistir no que os aromas trazem para uma fragrância, o que exige honestidade ao falar sobre o conteúdo de um frasco de perfume.
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Como você vê o futuro dos óleos essenciais? Estão surgindo cada vez mais produtores, alguns das novas gerações, com muita paixão e desejo de trabalhar de forma ética e sustentável. Há exemplos disso em muitos países.
As marcas estão cada vez mais procurando essas empresas e querem confiar na qualidade de um trabalho bem feito.
Todo o setor sabe que precisa absolutamente de uma rede de alta qualidade de produtores naturais para manter a paleta de seus perfumistas e, ao mesmo tempo, refletir uma imagem de perfumes mágicos que sejam responsáveis pelo planeta.
Os óleos essenciais reconhecidos no Regulamento CLP, por enquanto…
Em 30 de junho, o último dia da presidência sueca, o Conselho da União Europeia adotou uma proposta para apoiar o futuro dos ingredientes naturais em fragrâncias e cosméticos. O Conselho pediu à Comissão que preparasse um relatório, quatro anos após a entrada em vigor do Regulamento CLP: o objetivo é defender a classificação dos óleos essenciais como NCS (Substâncias Naturais Complexas) contra a proposta inicial de considerá-los como MOCS (Mais do que Componente).
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Por que a indústria de perfumes defende a classificação dos óleos essenciais como substâncias complexas naturais (NSC)? Os óleos essenciais são 100% naturais em sua origem. Eles são obtidos diretamente de plantas aromáticas por meio de mecanismos físicos, como a destilação a vapor. Todas as suas moléculas constituintes são naturais e não contêm nenhum aditivo químico.
Se fossem considerados MOCS, a avaliação do óleo essencial não seria mais regida pelos registros REACH feitos nos últimos 10 anos, mas um cálculo teria que ser feito com base na composição de cada um de seus componentes sem levar em conta os dossiês REACH. A mudança regulatória também levaria a um alarme injustificado para os consumidores (já que eles seriam identificados como ingredientes potencialmente tóxicos), a possíveis avaliações de segurança e à reetiquetagem de produtos que contêm óleos essenciais.
"Esperamos que os formuladores de políticas de toda a Europa se baseiem na decisão de hoje para desenvolver uma revisão eficiente do regulamento CLP.* Isso apoiará uma tomada de decisão mais informada sobre as futuras regras de classificação para substâncias com mais de um constituinte", disse Aurélie Perrichet, diretora regional da IFRA para a Europa.
Paco Rabanne torna-se Rabanne
Prestes a comemorar 60 anos de história, a lendária marca Paco Rabanne está entrando em uma nova fase, na qual está simplificando seu nome para apenas Rabanne. Dessa forma, Puig quer fortalecer o vínculo entre moda, beleza e estilo de vida e continuar a nutrir o histórico de grandes sucessos da marca.
Perfume Calandre, a primeira fragrância lançada por Paco Rabanne (à esquerda) e visual da primeira coleção de maquiagem lançada sob a nova marca Rabanne (à direita).
A mudança de nome é acompanhada por uma nova identidade visual e um novo logotipo que homenageia a herança vanguardista de Monsieur Rabanne, respeitando o patrimônio da marca. A nova tipografia é inspirada nos arquivos da maison e em sua primeira fragrância, Calandre, lançada em 1969. A silhueta do monograma "r" foi suavizada, enquanto as letras minúsculas são usadas para enfatizar seu caráter disruptivo e inovador.
O primeiro lançamento da nova fase de Rabanne é uma linha de maquiagem com fórmulas de alto desempenho que combinam tons inesperados com texturas inspiradas nos tecidos das coleções de moda.