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Destaques Abril de 2025

A startup Osmo, liderada pelo neurocientista Alex Wiltschko, deu um passo decisivo na transformação do universo olfativo com o lançamento da Generation, a primeira casa de fragrâncias criada com inteligência olfativa. <br>

A startup Osmo, liderada pelo neurocientista Alex Wiltschko, deu um passo decisivo na transformação do universo olfativo com o lançamento da Generation, a primeira casa de fragrâncias criada com inteligência olfativa.

Essa plataforma usa inteligência artificial generativa para transformar textos e imagens em fórmulas olfativas exclusivas, possibilitando a criação de fragrâncias mais sustentáveis, mais seguras e mais acessíveis, mesmo para marcas independentes.

"A geração pode prever e criar moléculas totalmente novas que nunca foram cheiradas antes, que são mais sustentáveis e que resolvem problemas que os materiais existentes não conseguem resolver, como toxicidade e segurança", diz Alex Wiltschko, fundador e CEO da empresa.

Fundada em 2023 com o apoio da Lux Capital e da Google Ventures, a Osmo combina ciência de dados, neurociência e química para digitalizar o olfato. Sua missão: democratizar o acesso à perfumaria e criar novas moléculas de aroma que atendam aos desafios atuais de segurança, regulamentação e sustentabilidade.

Com o Generation, a empresa promete encurtar os tempos de desenvolvimento, reduzir o impacto ambiental e abrir uma nova era para o setor global de fragrâncias. Acelerar a criação de novos perfumes com mais eficiência significará mais tempo para se dedicar ao processo criativo, explica a empresa.

Conversamos com Alex Wiltschko e Christophe Laudamiel, mestre perfumista da Osmo, para saber mais sobre os avanços que a Generation oferece agora.

"Com a Generation, estamos criando fragrâncias para todos, em grande escala. Estamos construindo uma fábrica capaz de produzir um novo lote de fragrância a cada 60 segundos", diz Alex Wiltschko, fundador e CEO da Osmo.

A perfumaria tem sido historicamente uma arte dominada por perfumistas com anos de experiência. Como os perfumistas reagiram ao trabalho com IA? Eles se preocupam com a diminuição de seu papel?

Christophe Laudamiel. A IA já está mudando a forma como criamos. Mas os grandes perfumistas, assim como os grandes arquitetos ou chefs, sempre estarão em demanda.

A IA melhora, acelera e define, mas não substitui a intuição, a arte ou a capacidade de criar algo profundamente humano. Em vez disso, ela elimina pontos cegos e otimiza as fórmulas.

A IA pode verificar se uma fragrância não é simplesmente uma repetição de algo que já existe. Ela pode encontrar atalhos moleculares que substituem cinco, seis ou até mais ingredientes tradicionais por um único de alto desempenho. A mágica acontece quando as máquinas e os narizes humanos trabalham juntos.

O trabalho do perfumista só está ficando mais poderoso com esse novo conjunto de ferramentas que a Generation está fornecendo.

Em médio prazo, qual o nível de desenvolvimento que você espera alcançar com a Generation?

Alex Wiltschko. Concluímos nosso primeiro capítulo. Formamos uma equipe e conseguimos digitalizar o cheiro no laboratório.

O próximo capítulo é a Geração. Estamos criando fragrâncias para qualquer pessoa, em grande escala. Estamos construindo uma fábrica capaz de produzir roboticamente um novo lote de fragrâncias a cada 60 segundos.

A Generation levará o design e a produção de fragrâncias ao maior número possível de empresas e indivíduos. Vamos projetar e construir as memórias olfativas do próximo século.

Também sabemos que a digitalização do olfato tem inúmeras implicações para a saúde e o bem-estar humanos, desde a detecção de doenças e produtos químicos ambientais nocivos até a repelência de insetos nocivos.

Embora o trabalho da Generation em fragrâncias continue sendo nossa principal prioridade no momento, sabemos que, à medida que continuarmos a otimizar nossa tecnologia, tanto com a Generation quanto com a Osmo, e expandirmos nosso corpo de pesquisa, abriremos portas que poderão mudar para sempre o futuro da saúde e do bem-estar humanos.

Um dos grandes desafios no mundo das fragrâncias é a reprodução precisa de certos aromas naturais. Você acha que a inteligência olfativa possibilitará a recriação de aromas perdidos na história?

Alex Wiltschko. Um dos aspectos mais poderosos da OI (inteligência olfativa) é sua capacidade de mapear e compreender o olfato em um nível fundamental. Isso significa que podemos recriar a experiência olfativa de fragrâncias que as pessoas adoravam, mas que não podem mais sentir o cheiro, seja por causa de ingredientes descontinuados, mudanças regulatórias ou fórmulas perdidas.

Entretanto, a Generation não está no negócio de fazer imitações. Em vez disso, usamos essa capacidade para reimaginar essas fragrâncias de uma forma que seja fiel à sua essência, mas com uma visão para o futuro, aplicando novos ingredientes e tecnologia para trazê-las de volta de uma forma moderna e sustentável.

Fragrâncias do passado: o poder do perfume no Egito e na Grécia

Fragrâncias do passado: o poder do perfume no Egito e na Grécia

Quando pensamos no legado das grandes civilizações do mundo antigo, geralmente pensamos em pirâmides e templos imponentes. Mas o sentido do olfato também desempenhou um papel fundamental na experiência cultural desses povos. Tanto no Egito quanto na Grécia, os aromas não eram apenas símbolos de status, mas também veículos de espiritualidade e arte. Graças a novas pesquisas arqueológicas, sabemos agora que o perfume permeava a vida cotidiana dessas civilizações, desde o embalsamamento dos mortos até a veneração dos deuses por meio de estátuas perfumadas.

No Egito Antigo, o cheiro era uma parte essencial do ritual da morte. Um estudo conduzido pela Universidade de Ljubljana e pela University College London revelou a surpreendente "paleta aromática" de nove múmias armazenadas no Museu Egípcio do Cairo.

Técnicas não invasivas, como espectrometria de massa e cromatografia gasosa, identificaram aromas amadeirados, picantes e doces, bem como traços de incenso, flores e chá preto. Esses odores são provenientes dos ingredientes originais da mumificação (como resinas, ceras e óleos) e de tratamentos posteriores. Longe do mito do mau cheiro da decomposição, as múmias egípcias evocavam uma aura perfumada, refletindo o status e os rituais daqueles que eram cuidadosamente preparados para a eternidade.

Outro estudo recente mostrou como as esculturas gregas eram impregnadas de fragrâncias. De acordo com a pesquisa publicada no Oxford Journal of Archaeology pela arqueóloga dinamarquesa Cecilie Brøns, as estátuas de deuses e figuras ilustres eram embelezadas não apenas com cores e joias, mas também com óleos perfumados.

Textos de autores clássicos como Cícero, Calímaco e Pausânias documentam práticas como a ganose, que consistia na aplicação de misturas de ceras e perfumes nas esculturas, proporcionando não apenas proteção e brilho, mas também uma experiência olfativa envolvente em contextos religiosos ou cerimoniais.

"É fantástico quando, como pesquisador, você descobre algo novo que nos aproxima das pessoas do passado. Como era viver na Grécia ou Roma antigas? Aqui, os sentidos podem trazer algo completamente único, pois é uma forma imediata de 'entrar em contato' com o passado. O olfato, em particular, tem uma grande influência no comportamento das pessoas e na interação social e pode afetar muito a experiência das esculturas", explica Cecilie Brøns.

As esculturas deveriam se assemelhar a pessoas vivas e o cheiro era uma forma de torná-las mais reais, explica a arqueóloga. Qual era o cheiro dessas estátuas? De acordo com Brøns, as rosas eram onipresentes em toda a região do Mediterrâneo e há fontes escritas que mencionam como fazer essência de rosas, portanto, essa provavelmente seria uma fragrância recorrente.

As esculturas gregas deveriam se assemelhar a pessoas vivas e o aroma era uma forma de torná-las mais reais, explica a arqueóloga Cecilie Brøns.

Grasse em flor em maio com o Festival das Rosas

Grasse em flor em maio com o Festival das Rosas

Toda primavera, a cidade de Grasse, conhecida como a capital mundial do perfume, se veste para homenagear uma das flores mais emblemáticas: a rosa. Durante o Rose Festival, ExpoRose, essa charmosa cidade da Riviera Francesa se transforma em um jardim sensorial repleto de aromas, cores e arte floral.

A 53ª edição será realizada de 8 a 11 de maio de 2025 sob o conceito de "Vibrações Artísticas". O evento exibirá mais de 25.000 rosas cortadas, 8.500 buquês e 13.000 arbustos de rosas que decorarão fontes, ruas e praças. A atmosfera será animada por shows, música, oficinas e exposições dedicadas à arte floral e ao perfume.

Além das instalações florais, o festival apresenta um mercado animado onde os visitantes podem comprar roseiras, produtos artesanais feitos de rosas, de geléias a cosméticos. É também uma oportunidade ideal para descobrir os segredos da perfumaria tradicional de Grasse, um setor com séculos de história.

A ExpoRose celebra não apenas a beleza dessa flor, mas também o know-how e a criatividade locais. É um evento que une natureza, arte e tradição, tornando Grasse um destino imperdível para os amantes de flores, perfumes e da cultura provençal.



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