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De Oriental a Ambarada, uma possível mudança de nomenclatura

Há já algum tempo que se fala, entre os profissionais e as instituições do sector da perfumaria, de uma possível mudança de nome da chamada família Oriental.

Há já algum tempo que se fala, entre os profissionais e as instituições do sector da perfumaria, de uma possível mudança de nome da chamada família Oriental.

A proposta é chamar-lhe âmbar, um termo neutro, longe de controvérsia ou de segundas interpretações.

Fala-se oficialmente desta mudança a partir da Primavera de 2021 e algumas das instituições mais importantes do sector, como a Fragrance Foundation, nos Estados Unidos, e a British Society of Perfumers, no Reino Unido, foram das primeiras a apoiar esta iniciativa, salientando que o termo pode ser ofensivo para algumas pessoas e deve ser revisto.

The Chess Game by Ludwig Deutsch

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Mas a que é que o termo oriental se refere em perfumaria?

Em meados do século XIX, o termo "oriental" já era utilizado no domínio da cosmética e da perfumaria e designava produtos provenientes de regiões remotas. Este fascínio pelo exotismo do desconhecido e por países de culturas tão diversas deu origem ao movimento artístico orientalista.


Em que a pintura, a moda, a dança e todos os tipos de expressão artística estavam impregnados de iconografia de outras regiões e de tudo o que era diferente, atípico.


Por isso, falar de perfumes orientais é também falar do gosto pelo desconhecido, da ópera de Paris, dos desenhos de Paul Poiret, das excentricidades da Marquesa Casati e da belle époque.

It was not until the early 20th century that brands began to use it in their advertisements, and by the 1930s that an oriental fragrance began to be described as one with woody notes, sandalwood, vanilla, incense, tonka bean, patchouli, musk, or cinnamon. Intense, sensual, and warm aromas.

Mas o conceito oriental também se refere a ingredientes destes países distantes, que foram incorporados na paleta dos perfumistas, dando origem a novas fragrâncias: incenso do Médio Oriente, cedro do Norte de África, sândalo da Índia, oud do Sudeste Asiático e gengibre da China.<br>

Só no início do século XX é que as marcas começaram a utilizá-la nos seus anúncios e, em 1930, uma fragrância oriental começou a ser descrita como uma fragrância com notas amadeiradas de baunilha, incenso, fava tonka, patchouli, sândalo, almíscar ou canela. Aromas intensos, sensuais e quentes. <br>

A partir daqui, o resto é história, e numerosos perfumes foram inspirados por este sonho olfactivo exótico do Oriente: O Shalimar de Guerlain, o Opium de Yves Saint Laurent e o Poison de Christian Dior são algumas das fragrâncias mais conhecidas.<br>

Mas o conceito oriental também se refere a ingredientes destes países distantes, que foram incorporados na paleta dos perfumistas, dando origem a novas fragrâncias: incenso do Médio Oriente, cedro do Norte de África, sândalo da Índia, oud do Sudeste Asiático e gengibre da China.

Só no início do século XX é que as marcas começaram a utilizá-la nos seus anúncios e, em 1930, uma fragrância oriental começou a ser descrita como uma fragrância com notas amadeiradas de baunilha, incenso, fava tonka, patchouli, sândalo, almíscar ou canela. Aromas intensos, sensuais e quentes.

A partir daqui, o resto é história, e numerosos perfumes foram inspirados por este sonho olfactivo exótico do Oriente: O Shalimar de Guerlain, o Opium de Yves Saint Laurent e o Poison de Christian Dior são algumas das fragrâncias mais conhecidas.

Porquê Ambarada?

Porquê Ambarada?

Se falamos puramente de famílias olfactivas, em perfumaria, as fragrâncias são classificadas de acordo com o seu perfil olfactivo, mas também pelo que evocam. A primeira forma de classificação é utilizada pelos profissionais e tem uma base científica em termos da origem dos ingredientes ou do que eles reproduzem. A segunda classificação está directamente relacionada com a percepção, a interpretação e a metáfora. É aqui que falamos de perfumes orientais ou femininos, algo mais ligado à cultura do que aos factos.

Os perfumes orientais também são conhecidos como ambarinos, não só devido à utilização de âmbar cinzento como ingrediente, mas também devido ao acorde tipo baunilha de algumas resinas presentes nas chamadas fragrâncias orientais, como o popular Ambre 83 de De Laire.

De momento, o debate ainda está em aberto e as marcas e os profissionais estão a posicionar-se e a rever o seu léxico. Esta, como tantas outras discussões, tem várias leituras e a comunidade está num momento de reflexão para continuar a trabalhar pela diversidade e igualdade, bem como para apoiar as comunidades locais e ingredientes mais sustentáveis.

Na Wikiparfum optámos por nos adaptar a estes novos tempos, adoptando o termo âmbar sem perder de momento a nomenclatura tradicional, para não confundir os consumidores que há muito estão habituados a utilizar o termo oriental para definir todos estes aromas misteriosos e sensuais.

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